Quando eu era moleque,
os cabelos cheio de peste,
eu pensava ser dono do mundo.
O meu mundo que sumia de mês em mês,
na Rua do Picadouro, casa quarenta e seis,
até que enfim fui rebaixado a freguês.
Pois a fumaça que cercava o telhado
com papo de adulto e cheiro de gato molhado
caiu no alcance das minhas unhas ruídas.
Agora que sei lavo bem as mãos,
derrubou-se a casa de telha à chão
e a ideia se foi num cheque de barão.
Enquanto encanto meninas com minhas histórias
sofridas,
de cabelos de peste e unhas ruídas –
meu mundinho, memórias pica-dor meu coração.
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